sábado, 28 de novembro de 2009

Minutos, horas, dias, semanas, meses, até anos. Anos. Tudo tão fabulosamente inesquecível. Tudo tão intensamente vivido. Tudo tão tristemente passado. Tão bom e tão doloroso. A nossa relação foi sempre uma antítese. E eu amei tudo, tanto. Amei com paixão, com o coração, com o olhar, com a boca, com as mãos, com os pensamentos, com as lágrimas. Com tudo. De corpo e alma. Amei tanto e tão veementemente que pensei, acreditei, que esta dor, resultado de tantos anos, de tantos momentos, de tantos sorrisos, não terminaria. Desisti de sonhar. Perdi a esperança. Porém, algo me fez voltar a mim. Esporadicamente, tinha momentos de lucidez amorosa e o sorriso voltava, efémero, mas voltava. Acabava por se desvanecer. Agora, o sonho ressuscitou em mim. Ressuscitou-me, eu sorrio o mais alegremente que sei. Do jeito que eu gosto. Tu partiste de mim, inacreditavelmente, como eu nunca pensei conseguir. Ser feliz. Permaneço sozinha. Sozinha de ti apenas, mas feliz, verdadeiramente feliz. Reencontrei-me ao deixar de te consumir. E tudo foi tão bom, que só consigo sorrir com mais força, com mais vontade. O meu caminho agora é percorrido sozinha e persistentemente com obstáculos mas com maravilhosas fantasias, alegrias, sonhos. Não quero, não vou, não posso, voltar a perder isto por ti. Eu gosto de mim, e tu já não fazes parte. Incompreensivelmente bom:)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Inacreditavelmente, depois de tudo que pensei, que disse, que sonhei, tenho que instituir: perdi-te. Eu. Perdi-te. Não por querer, não por amar, perder, assim, simplesmente.
Inesperadamente, eu amo-te, sem qualquer mutação.

Mas, eu falhei: não te cativei a ficares comigo e, quando partiste, não te esqueci. Tu permaneceste. Duplo erro.
Eu amo-te. Amo-te. Amo-te.
Perdi-te.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Final feliz

Finalmente, percebi. Quando nos amamos, o destino e, principalmente, as ditas oportunidades da vida tornaram a nossa relação constantemente esporádica. Lutamos contra isso, conseguimos evitar a sua efemeridade. Mas não permitimos a sua eternidade. Agora que tudo nos favorece, que tudo nos permite, que tudo nos torna possíveis, não nos amamos. Ou, pelo menos, perdemos a capacidade de o fazermos inteiramente um ao outro. Azar? Destino? Quanto a mim, penso que foi fraqueza, cobardia, desistência precoce. Rebeldia amedrontada. Falta de guerra. Amar e não lutar, não é merecer felicidade, é expulsá-la, fechar-lhe a porta. Presentemente, sou eu que não vou à luta, sou eu que me dou por vencida (ou vencedora?) nesta imensa guerra, sou eu que deixo cair a minha espada para não causar mais ferimentos. Para não derramar mais sangue. Sou eu que fecho a porta. Tranco a fechadura. Tal como tu me fizeste no passado. Mas, este momento, torna-se irremediavelmente eterno. Substancial à minha sobrevivência. Bato-te com a minha porta, o mais fortemente e feroz que capacito. Finalmente, posso vangloriar-me da minha vitória sobre ti. Sobre a sucção que procedias das minhas forças. Sobre o efeito que usufruias sobre mim. Finalmente, eu estou livre de ti, por obra minha. Tu estás permanentemente do lado de fora. Dou mais uma volta á chave. Tranco-te a porta. Selo a fechadura...