sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Despedida - 28/10/2009

Não sei se deveria estar a escrever isto, provavelmente não, nem muito menos o que quero dizer, o que devo dizer, o que preciso dizer. Que eu te amo, que eu te desejo, que eu te quero, já tu sabes. De mais, se calhar. Se metade do meu amor fosse segredo… Quem sabe não seria tudo mais fácil? No entanto, depois de tudo o que aconteceu, e de que nada me orgulho, é difícil falar-te, explicar-te. Demonstrar-te. Tu também não queres ouvir, ignoras tudo que eu digo, seja bom ou mau. Por isso, esta deve ser das únicas formas de tu me ouvires, e a última que eu tento para chegar até ti.Os meus actos têm consequências, e eu tenho que viver com elas, isso não muda, pelo menos agora. Eu sei, aceito-o. O que eu fiz? Sim, criancice da grande, futilidade inesperada. Consegui superar-me negativamente, estupidamente. Amarguradamente. Eu queria tanto que resultasse, que fosses capaz de me amar, que conseguisses ver o que eu era. Tinha tantos planos, tantos beijos para te dar, tantos abraços para sentir, que me empenhei em demasia, da forma mais errada. Empenhei-me tanto, queria tanto, que acabei por fazer aquilo que mais temia. Errei. Descuidei-me. Desiludi-me. Não fui a melhor como te tinha prometido. Mas eu desnudei-me perante ti, fiquei à tua mercê, e tu desististe. Ou não, simplesmente não me amaste e eu apenas não quero acreditar nisso, Parece-me impossível que, perante as tuas palavras, os teus beijos, os nossos momentos, os acontecimentos passados, isso seja uma realidade. Mas perante o que aconteceu, o que me fizeste, disseste, mostraste. As marcas que deixaste… Estão lá, mesmo que eu queira esquecer, tornaram-se visíveis, mesmo que pouco e efemeramente.
Talvez o erro seja meu, ou a maioria deles, porque
eu sempre te tive como o meu príncipe. Para mim, eu e tu éramos nós, independentemente do que acontecesse, nós ficaríamos juntos. Tu eras tudo. Não havia mais nada no meu horizonte. Era eu e tu, para sempre. Parvoíce. Pura mentira. Tu não aguentaste, não foste capaz, ou, meramente, não amaste? Não quero acreditar na última, por mais que tudo, e tu, principalmente, me mostrem que essa é a hipótese válida. Que essa é a verdade.
Quem sabe se, se não me tivesse esforçado tanto, talvez tudo tivesse resultado. Porque não fui eu mesma, fui alguém que pensei fazer-te melhor, e que acabou por estragar o pouco que pensava existir.
Eu mesma? Agora não se sabe, fica por descobrir, tanto para ti como para mim, se eu seria capaz de ser a melhor, tal como te prometi (errar, isso nunca deixarei de fazer, será sempre parte de mim, mesmo que tu não aceites. Errarei sempre, seja eu quem for)
O que tu fizeste, isso não perdoo, pelo menos enquanto tu não perceberes. Não voltarei. E essa é a razão desta carta: querer mostrar-te tudo e não poder dizer nada para além do adeus.
Um pedido de desculpas arrependido. Uma mágoa profunda. Um adeus. Um Amo-te.
Porque, gato, tu mereces ser feliz:)

Adeus, por escrito para ser mais fácil, para doer menos. Desculpa, timidamente.

Amo-te

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