Continuo com medo das 5h da manhã.
A noite chega e a dor vai fortalecendo.
Não quero as 5h da manhã. Não sei como (re)agir às consequências que emite, às notícias que transporta.
Deito-me com a angústia de não saber se esta noite vai voltar a acontecer. Se o telemóvel vai tocar, se vou receber as más notícias em que não quero crer, se as lágrimas vão ressurgir, se a dor vai crescer.
São as 5h da manhã. Não as suporto. Assim como não suporto as terças-feiras. Por razões inversas, pela mesmo causa.
Tenho medo, muito medo, das 5h da manhã de amanhã (se forem em branco as de amanhã, se o telemóvel não tocar, a dor vai rebentar. As lágrimas não vão cessar. E o maior medo hoje é esse: não tocar. Ainda que se tocar, seja com más notícias, é sinal que há notícias.), do que pode (não) trazer.
Odeio as 5h da manhã por todas as razões (e mais algumas).
Odeio as terças-feiras pelo bem que me parece, pelo mal que me faz.
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